terça-feira, 15 de julho de 2008

Gosto de saudade


Não sei se saudade tem cor.

Dizem que sim.

O que eu sei é que ela tem forma. Tem gosto. Tem cheiro.

E peso também.

E, acreditem, ela tem asas!!!

Se não, como nos transportaria tantas vezes a lugares tão distantes?

E sei ainda que ela se agiganta quando mais tentamos diminuí-la.

Sei que ela dói de dor intensa e sem remédio.

Se não fosse ela, não sei se teríamos consciência do tamanho da importância das pessoas pra gente.

Porque quando amamos alguém, a saudade já chega por antecipação, sorrateira, disfarçada de algo que não conseguimos decifrar.

É aquela dor fininha de não sei o quê, a angústia boba que nos invade só de imaginar a separação.

E a gente fica meio sem saber o que fazer.

Mas é assim...

é uma dor que gostamos de sentir, um sabor que queremos provar, é algo que não sabemos explicar, mas é quase palpável.

É amor disfarçado de muita coisa.

São emoções guardadas bem lá no fundo.

Saudade...

do que foi e do que vai ser.

Saudade que nos acompanha pra diminuir a solidão e que nos mostra, sobretudo, que estamos vivos.

Aprendi ainda que saudade não mata.

É só quase.

A gente pensa que vai morrer, mas sobrevive sempre, porque ela traz escondidinha nela uma outra coisa que chamamos de esperança, que nos ajuda a caminhar,

porque saudade, como o amor,

não é cega,

Nenhum comentário: